julho 16, 2005

nostálgico

Atravessou a porta do teatro.

! Parou um instante !! e sentiu o cheiro úmido da rua. ! Fechou os olhos !! e inflou o peito com calma. ! Expirou e curvou timidamente os lábios. ! ! Andaria até em casa. ! Não tinha pressa. !! Começou a reconstruir o concerto na cabeça, ! a relembrar as melodias ! principais. ! Sentia saudades. !! Não era incomum derramar !! algumas lágrimas ao ouvir ! os solos menores do spalla. ! Queria ! poder tocar daquele jeito!. Não para !! emocionar outros, ! mas para poder ! sentir seu coração ! ! e sua respiração !! confundidos com as vibrações ! e os silêncios das quatro cordas. !!! As curtas cinco quadras que separavam o teatro de seu apartamento ! se tornavam ainda mais ! bonitas no fim de tarde molhado. !! Sentia o momento de !! abandonar aquela cidade chegar muito rápido. ! Mas voltaria, !! certamente. ! Buscou a chave ! no bolso. !! Colheu mais uma gota ! e lambeu os lábios. !!!

Fechou a porta e tirou os sapatos. ___ Agradeceu ao vento por poder sentir o rosto gelado antes do banho quente.

2 comentários:

Mythus disse...

Pensei, pensei, pensei... o que seriam essas exclamações? Seria o bater do coração, desritmado com as ondas da emoção de um pensamento? Seriam as lágrimas do personagem cuja melhor forma de expressar as emoções é através daquele líquido meio salgado que verte dos olhos? Não consigo ver outra coisa senão um rosto molhado que insisto pensar que é tristeza, por não entender que também se chora por satisfação.

Anônimo disse...

VEJO UMA CERTA FASCINAÇÃO PELA HUMIDADE NESTE BLOG. Sempre pensei na musica como algo molhado, algo que pinga e não retorna...maluquices. Acho que as exclamações não são para serem entendidas só sentidas. O universo sensorial sempre foi o alvo da fascinação desta blogueira-jornalista. Sobre os posts anteriores, cujos quais não deram liberdade total de opinião, eu opino agora.

Invertendo Nietzsche... Às vezes é preciso o caos fora de si para acender a luz dentro da gente. Ou talvez, ao sentir a massa do ar pesar, nos imaginamos mais leves. Tanto faz, a neblina sempre foi intrigante e envolvente.

Até que fim o frankstainzinho saiu... Parabéns pelo novo rebento e pelas fotos.