outubro 26, 2005

identidade (3)

- Sai! Sai! Pedro, tira essa gente daqui.

- Mas... peraí. O que você vai fazer?

- Tô levando a garota. Eu a conheço.

- Mas... cara...

- A gente vai levá ela pro hospital, não se preocupe.

- E esse sangue todo...

- Tá. Toma a minha camisa. Entra aí e tenta estancar.

7 comentários:

Mythus disse...

Podexá que eu levo, mas pedir pra estancar o sangue é outros 500, não nasci pra ser médico.

Ademais, omissão de socorro é crime previsto no art. 135 do CP e no art. 304 do CTB (pelo princípio da especialidade, é regido pelo último). Se o cara não tivesse levado a vítima do atropelamento, ele responderia sim, independente da ação de outros. Só se aplica o art. 135 do CP aos transeuntes que cercaram a menina.

Não existe sensação pior do que a de atropelar alguém, ainda que não seja sua culpa. Você perde a força das pernas, é uma loucura. - Que o Senhor me proteja! Nunca mais!

Anônimo disse...

Sangue! Pela primeira vez o coisas mínimas sangra. É importante sangrar as vezes (desde que n se corra perigo de vida), saber o que corre por dentro da gente tem seu valor, mas no caso do conto... Bom gera ainda mais aflição.

Anônimo disse...

Era tarde, após uma viagem cansativa. Não consegui nem terminar de girar a chave na fechadura de minha porta quando senti me puxarem pelo ombro. Eram Felipe e um outro rapaz, que eu não conhecia, com sua camisa e mãos sujas de sangue. Felipe estava com os estatelados e logo começou a falar:

- Onde você estava? Precisa vir com a gente!

- O que aconteceu? Eu estava na viagem que combinamos...

- Esquece! Precisa vir com a gente! Ela está no hospital!

- Ela quem? O que houve Felipe?

- Fizemos errado! Não deveríamos ter mexido nela depois do acidente. Isso pode prejudicá-la. - Dizia o rapaz olhando suas mãos ensanguentadas.

- Pára com isso Pedro! Por favor! Agora não é hora para arrependimentos! - Esbravejava Felipe.

Eu não consegui entender nada daquilo. Os dois estavam em estado de choque e falavam sem parar. Os assuntos eram desconexos. Tive medo do pior.
Enquanto eu entrava no carro e me posicionava no banco de trás, o qual, sujo de sangue também, pude ver Felipe tentando acalmar o outro rapaz. Comecei a tentar entender o que poderia ter dado errado em nossos planos. Felipe ficou mudo e dirigia o carro ferozmente. Pedro, calado também, tinha o olhar perdido.
Chegamos rápido ao hospital. Saimos do carro num átimo. Cheguei ao balcão de atendimento e interrompi a conversa da recepcionista ao telefone:

- Preciso de uma informação por favor! É um caso urgente!

Anônimo disse...

Onde se lê:

"Felipe estava com os estatelados e logo começou a falar:"

Leia-se:

"Felipe estava com os OLHOS estatelados e logo começou a falar:"

Desculpem a falha!

Mythus disse...

"Preciso de uma informação"? é realmente uma pessoa calma, eu teria gritado: "socorro, emergência!".

Mas quando aconteceu comigo, na verdade só consegui levar o carro até a porta do hospital, as pernas amoleceram e eu não consegui mais sair do lugar, sorte que estava acompanhado e o meu colega chamou os enfermeiros.

Anônimo disse...

ei... conta aí melhor como foi isso... quem bateu em quem... quais foram as vítimas...

Anônimo disse...

*suspense*