agosto 26, 2006

excesso

Tive dó dela. Um aperto tão grande no peito que me fazia chorar.

Na verdade, algumas vezes, é difícil entender as coisas que se passam dentro de qualquer um. Hoje, acho que consigo desvendar-lhe uma parte. Acho que gosta das solidões momentâneas que obtém quando está na companhia dos que lhe são próximos. De fato, não gosta de estar só. Tem o suportado cada vez menos. E o pior é que, à medida que lhe passam os anos, sua capacidade de amar cresce incalculavelmente, o que diminui de forma drástica sua tolerância ao isolamento.

Foi feita pra voar, é evidente. Mas não como águia. Como andorinha, em bando. E seu terrível defeito de ter exacerbada a qualidade de ceder nunca resolveu seus problemas.

O homem a quem ama perdidamente está longe. Mais uma história do freqüente problema da distância, que, no caso dela, é muito mais que cruel. Na conta, vão ficando os beijos, abraços, amassos e suspiros que já sobrariam se os encontros fossem diários. O calor do seu corpo acaba sempre se perdendo entre os lençóis.

Outro dia, confessou-me ficar sonhando com o final feliz de Mr. Darcy e Lizzie Bennet. Poor thing. O mundo de hoje é muito diferente. Tanto pra melhor, quanto pra pior.

Queria poder ajudá-la, mas nada posso fazer. Por mais que meu coração se desespere. Por mais que meus olhos deságuem. Por mais que minha alma se contorça.

Maldita incerteza dominada pelo tempo. A espera e a ignorância fazem uma combinação quase insuportável.

4 comentários:

Anônimo disse...

triste...até demais

Mythus disse...

Concordo com Roberto, mas, como em toda história, sempre tem que ter uma prévia luta do mocinho contra as adversidades e a aflição da mocinha à espera do resgate, antes do final feliz.

Então, se ainda não está tudo bem, é porque o final ainda não chegou.

Mas eu também tenho dó dela.

Anônimo disse...

Exílio...

Anônimo disse...

Eu acho que toda história tem um final feliz sim, mas somente quem entende a personagem de fato é quem já viveu essa situação. Como disse o Roberto, realmente é triste. E o pior, solitária.