Começava o espetáculo.
Ele via sozinho, com uma lata de cerveja na mão. O coração tão cheio, parecia cheio de nada. Doía-lhe o vácuo.
Os fogos começaram a brilhar nas gotas que escorriam em sua bochecha. E, cada vez, a visão foi se tornando pior, mais desfocada, mais turva.
Salgado o rosto, destemperado o peito. Todo o amor que sentia não lhe bastava mais. Amar alguém estava tornando-o vazio. Precisava de algo que certamente ia além da sua vontade, da sua esfera de ação. Precisava ser resgatado por alguém.
O que será que o ano novo lhe guardava? Será que lhe guardava alguma coisa?
A cerveja no fim e a madrugada, o ano, a vida, só no começo. Um começo marcado por um choro silencioso, que, cortado pelo barulho dos estouros cada vez mais esparsos, parecia lhe doer ainda mais.
7 comentários:
Sucesso e felicidade pra ti em 2007, e sempre.
É... depois que ela foi embora pra Argentina, a vida dele ficou assim... vazia.
Pra o anônimo do comentário anterior:
não é a beleza que determina o alvo de um psicopata. acredite.
É sempre bom lembrar
que um copo vazio
está sempre cheio de ar.
;)
Existem coisas piores... o estado de inimência, a eterna espectativa, apagam qualquer show pirotécnico. É mais eficiente do que qualquer sabotagem que se faça contra a festa de uma prefeitura paraibana.
escrevi uma coisa e te ditei. podia?
é bom q vc pode atualizar isso, ou não.
bjs
era "te citei"
perfeito! mas prefiro pensar que o copo estava vazio para dar lugar a novas experiências.
bjos
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