Florianópolis. Norte da ilha.
A quase solidão numa dessas praias custa um pouco caro. Enrolada em um monte de panos, um gorro por baixo do boné, mãos nos bolsos, ando contra o vento sentindo o ar gelado e úmido cortando minhas bochechas. A ponta do nariz já está anestesiada. Mas a paisagem cinza do final da tarde de inverno não me assusta.
Meu maior gosto é ficar assistindo ao mar. Agitado e escuro. Em alguns momentos, minha vontade é de ser engolida por ele. De um golpe só.
Assitir a migração dos cardumes. Cuidar de jardins de corais. Virar mulher de Netuno.